quarta-feira, 13 de agosto de 2008

2° SEMESTRE/ PESQUISA II

Silvio Gallo
· Relatório de Leitura -

Os temas transversais dos novos parâmetros curriculares incluem Ética, Meio ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação sexual. Eles expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e urgentes para a sociedade brasileira.

O princípio da interdisciplinaridade permitiu um grande avanço na idéia de integração curricular. Mas ainda a idéia era trabalhar com disciplinas. Na interdisciplinaridade os interesses próprios de cada disciplina são preservados.

O princípio da transversalidade busca uma intercomunicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um tema/objetivo comum (transversal)

A formação do aluno jamais acontecerá pela assimilação de discursos, mas sim por um processo microssocial em que ele é levado a assumir posturas de liberdade, respeito, responsabilidade, ao mesmo tempo em que percebe essas mesmas práticas nos demais membros que participam deste microcosmo com que se relaciona no cotidiano. Uma aula de qualquer disciplina constitui-se, assim, em parte do processo de formação do aluno, não pelo discurso que o professor possa fazer, mas pelo posicionamento que assume em seu relacionamento com os alunos, pela participação que suscita neles, pelas novas posturas que eles são chamados a assumir. É claro que esse processo não fica confinado a sala de aula; todas as relações que o aluno trava no ambiente escolar - com outros alunos, com funcionários, com o staff administrativo, enfim, com toda a comunidade - são passos na construção de sua personalidade.

Para formar integralmente o aluno não podemos deixar de lado nenhuma dessas facetas: nem a sua instrumentalização, pela transmissão dos conteúdos, nem sua formação social, pelo exercício de posturas e relacionamentos que sejam expressão da liberdade, da autenticidade e da responsabilidade. A esse processo global podemos, verdadeiramente, chamar de educação. Deste ponto de vista, os conteúdos a serem trabalhados são expressões da instrução, enquanto que as posturas de trabalho individual e coletivo se traduzem no método de trabalho pedagógico. A educação é, pois, uma questão de método.
”Com o desenvolvimento da ciência moderna, torna-se cada vez mais difícil que alguém possa dedicar-se a todos os campos dos saberes, visando uma compreensão total do real, dada a quantidade e complexidade de saberes que vão sendo produzidos. A ciência moderna se autonomiza e se especializa em torno de seu objeto. Ele é o foco central do qual depende sua identidade (Silvio Gallo).

Dizer que a escola é disciplinar significa dizer que ela é espaço de aprendizado de saberes, por um lado, e que é o lugar do aprendizado do autocontrole, por outro lado.

Uma das alternativas para um currículo não disciplinar que tem sido trabalhada é a do currículo em rede. Por outro lado, amparado por filósofos franceses contemporâneos como Foucault e Deleuze, Silvio Galo tem trabalhado a idéia de transversalidade aplicada à produção e circulação dos saberes. E ela pode ser estendida também à educação, ajudando a pensar um currículo não disciplinar.

É necessário que se rompa com a metáfora clássica de concepção do mapa dos saberes, que é a da árvore. Na árvore do conhecimento temos o mito representado nas raízes, a filosofia e as ramificações nos galhos indicam as diferentes ciências e suas especificidades.








Mas mesmo a rede parece um tanto ordenada, embora rompa com a hierarquia do modelo arbóreo. Mais caótico e, portanto, absolutamente não hierárquico e potencialmente mais libertário, segundo Gallo, é o modelo do rizoma de Deleuze e Gattari. E aí entra a transversalidade. Ela seria justamente a forma de trânsito entre os saberes, estabelecendo cortes transversais que articulam vários campos, várias áreas. A transversalidade, desta forma, implica uma nova atitude frente aos saberes, tanto na sua produção quanto na sua comunicação e aprendizado.



Nós, os professores, podemos ter uma participação extremamente importante no processo de romper com toda uma tradição alienante e superar a contradição histórica entre o saber e a realidade.

Como podemos fazer isso? Quebrando, na medida de nossas possibilidades - sem dúvida alguma, sensivelmente limitadas pela burocracia escolar -, a compartimentalização de que é vítima nosso sistema educacional. Podemos tentar fazer de nossos currículos novos mapas, não mais marcados por territórios fragmentados, mas tentando ultrapassar fronteiras, vislumbrar novos territórios de integração entre os saberes. Um dos caminhos possíveis é o da interdisciplinaridade.

Romper com a disciplinarização, tarefa possível pela adoção de outro paradigma de saber, como o rizomático que Silvio Gallo nos propõe, significa também redesenhar o mapa estratégico do poder no campo da(s) ciência(s) e no campo da educação, colocando as relações noutra dimensão. A transversalidade do conhecimento implica possibilidades de escolas e de currículos em muito diferentes daquelas que hoje conhecemos, novos espaços de construção e circulação de saberes quando a hierarquização já não será a estrutura básica, e situações até então insuspeitas poderão emergir.


CURSO E ESPECIALIZAÇÃO
A PESQUISA E A TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DOCENTE
DISCIPLINA: A PESQUISA CIENTÍFICA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO I
Profª Maria Thereza
RELATÓRIO DE LEITURAS –
Disciplinaridade e transversalidade - Silvio Gallo


GRUPO:

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