sexta-feira, 13 de março de 2009

Colocando as Coisas em Dia

Estamos novamente juntos, as aulas na Unicamp voltaram e as leituras e os relatorios tambem, então...estamos nos preparando psicologicamente e fisicamente para um este super retorno, com muita força e luz!!!!

NUNES, C. A. Os pressupostos teóricos da educação sexual. In: Desvendando a sexualidade. Campinas, SP: Papirus, 1987.

Analu/Niraldo/Cintia


Para o autor em quase tudo explode a referência à sexualidade e existe uma diversidade de discursos que se confundem ou se antagonizam. Para tanto, propõe um discurso lúdico sobre a sexualidade, de muitos sentidos, a fim de superar palavras repetidas e fechadas.
Primeiro emerge a necessidade de considerar o contexto de nossas vidas, considerando a evolução da sociedade ocidental-cristã, reconhecendo o modelo cultural ocidental, a história de sua constituição e o papel da sexualidade neste processo onde estaria, segundo Nunes, a raiz de nossas limitações, de nossos medos e de nossos traumas, pois “o silêncio é a medida da repressão” (p.116).
Para isso, o autor indica uma metodologia de compreensão da história para adentrar na dimensão estrutural-dialética da produção da vida social, onde a sexualidade seria compreendida no contexto social, pois é produzida dentro dele. Neste sentido, a sexualidade passa a ser compreendida como “um complexo de valores, modelos, comportamentos, padrões socialmente construídos de acordo com agentes específicos” (p.116).
Essa compreensão dialética supõe uma sociedade em evolução, em movimento, revelando um complexo interno e externo de conflitos que são mascarados por ideologias, o que Nunes chama de “imaginário social”, que são construídos segundo os interesses de uma classe. Neste ponto, o autor parte de duas categorias: o mundo da natureza (real e continuo) e o mundo da cultura (a construção do mundo pelo homem), um pensamento dualista de ver e de fazer parte: “É o corpo o lugar híbrido da natureza e da cultura” (p.117).
Em contrapartida, o autor apresenta a visão maniqueísta e platônica, pregada pelo cristianismo, onde o corpo é tido como uma prisão e é assim que ele propõe recuperar o “sentido humano mítico da corporeidade”, a que denomina de “dionísica da vida”:
“Entendemos que há um imaginário social construído pelas relações capitalistas, um imaginário social que engendrou e mantém um tipo de compreensão e padrão da sexualidade, este também convertido em consumo e venda”. (Nunes: 1987, p.117).

Para tanto, o autor propõe decodificar esse modelo a fim de projetar a ruptura partindo de novas práticas, propondo um caminho histórico, pois “a busca de uma sociedade nova implica uma nova sexualidade, uma nova compreensão”, mas reconhece que existem instituições controladoras e reprodutoras de ideologias.
Em seguida, faz referencia as teorias de Freud, cujo limite histórico impetra um elemento conservador:
“Para Freud, a repressão sexual é condição de vida em sociedade. Toda sociedade só se estrutura reprimindo os instintos básico, sexuais e violentos, pulsões instintivas de prazer e violência” (Nunes: 1987, p.118).

Neste sentido, Freud não consegue propor uma superação legitimando as forças conservadoras e repressivas da sociedade, a-histórica e generalizante. Mas sua idéia avança com um de seus discípulos, Reich, que introduz a categoria histórica na psicanálise, definindo a repressão sexual como historicamente produzida seguindo interesses de dominação, e que se dá pela internalização de códigos e valores repressivos mantidos pelas instituições da sociedade.
Nunes diz que Reich denuncia a família e a escola, como sendo as principais agencias de domesticação e de submissão, bem como a igreja, enfim, todas elas produzem pessoas submissas e doentes.
Seguindo o raciocínio de Reich, Nunes chega nas teorias de Marx, onde “a chave da compreensão da sociedade são as relações econômicas” (p. 120). Sabemos que a sociedade patriarcal autoritária não existiu desde sempre e assim, pode ser superada, apesar de o mito de ser “natural” ser usado como argumento conservador.
Mas não podemos esquecer que a condição humana é cultural, foi pela linguagem, pelo pensamento e pelo trabalho que desprendeu da condição natural, passando a ser determinado cultural e histórico.
Em seguida, Nunes aponta Marcuse e Foucault para explicar melhor. Para ele, Marcuse faz uma síntese de Freud e Marx, ao demonstrar que “o individuo reprimido, originado pela sociedade repressiva, deve fazer uma dialética de libertação, que é a contra argumentação, a rebeldia” (Nunes: 1987, p.121). E continua afirmando que “Marcuse denuncia ainda o controle interno e externo da sexualidade nessa sociedade, fabricando um tipo padrão de relações humanas individualistas e competitivas” (Nunes: 1987, p.121).
Já para Foucault, a aparente liberação sexual seria uma nova arma de controle e destruição, cujo mecanismo principal seria o autoritarismo na formação de indivíduos reprimidos. Para explicar melhor, Nunes recorre a Chauí:
“A idéia central de Foucault é que a liberação sexual, se for possível, não passa pela crítica da repressão sexual, mas pelo abandono do discurso da sexualidade e do objeto sexo e pela descoberta de uma nova relação com o corpo e com o prazer” (Chauí, 1984 apud Nunes:1987, p.122).

Retomando as idéias de Marcuse ao pensar uma sociedade onde o homem teria mais tempo livre para “ser” e fugir da pesada condição cultural do trabalho, liga com as idéias de Marx, do trabalho alienado, então, Nunes conclui que “os modelos sexuais atuais e toda a sexualidade construída histórica e socialmente no Ocidente cristão, patriarcal e falocrático representam uma sexualidade alienada. A sexualidade do reino da necessidade e não do reino da liberdade...” (Nunes: 1987, p.122).
Nunes retoma Reich que toma a função do orgasmo como sendo a realização maior da liberdade e da condição humana, ou seja, uma nova compreensão do erótico e do sexual. Nunes vê essa posição como sendo um grito de libertação, de valorização da corporeidade.
Esse pensamento recupera a sexualidade, fugindo da concepção maniqueísta, do bem e do mal, do dualismo, da autoridade, do puritanismo religioso, da energia humana convertida em força de trabalho. Recupera também, a “dimensão dionísica” da vida e da condição do homem para a luta de uma nova sociedade e conseqüentemente, de uma nova mulher e de um novo homem, “só com as práticas novas se muda uma prática antiga” e o “discurso deve estar conectado com essas práticas”, uma nova significação, uma “ruptura com os padrões legítimos vigentes”.
Em seguida, Nunes afirma que “ainda está por explodir e se criar a identidade feminina” (p.124), passando pela negação do modelo do machismo cultural, considerando que:
“pela compreensão dialética da história, analisando as contradições e o movimento social, que compreendemos as diferenças culturais e as diferentes significações para a sexualidade como possibilidade de superação desse modelo engendrado na sociedade cristã ocidental” (Nunes: 1987, p.125).

Outro ponto considerado por Nunes é a questão da sexualidade liberada, vendida pelo capitalismo, na forma de consumismo, pois em uma sociedade onde há repressão, a sexualidade aberta seria um atrativo de consumo e de sublimação da frustração existencial, ainda que essa liberação aparente na sensualidade estereotipada, submete os corpos de uma nova forma, talvez mais cruel que a religiosa, em suma, seria uma variante da repressão

TROMBELII, A.; SILVA, V.F. Discutindo a sexualidade no contexto escolar: uma experiência docente. In: I encontro de Pesquisa em Educação, IV Jornada de Prática de Ensino, XIII Semana de pedagogia da UEM: Infância e práticas educativas. Maringá, Pr: Arq. Mudi, 2007; 11 9sup. 2), p. 205-9.


O texto produzido pelas autoras é resultado de uma pesquisa com o mote da sexualidade no contexto escolar. As autoras propõem como base de trabalho o PCN, onde sugere o desenvolvimento como tema transversal, ou seja, em ligação com todos conteúdos trabalhados.
Para tanto, as autoras focalizam a escola como sendo um local ideal para discutir a sexualidade, isto por ser um ambiente que oportuniza a reflexão de valores, conflitos e visões de mundo diferenciadas. Para isso, indicam a disposição do professor para construção de sua postura profissional, para que seja consciente no trabalho deste tema especificamente.

SEXUALIDADE
Está presente no ser humano em todos os momentos e em todas as suas atividades, influenciando fundamentalmente sua maneira de viver.

QUESTÕES
O que diz os PCN sobre a sexualidade?
Quais os benefícios ao se trabalhar a orientação sexual nas escolas?
Qual a função do professor/educador neste trabalho?
Quais as metodologias a serem desenvolvidas quanto a este assunto?

PARA QUE
Ajudará os alunos a chegarem a uma vida adulta (e a sexualidade na infância ?) com mais autonomia, com a capacidade de exercer plenamente seus direitos relacionados ao sexo (e o respeito as diferenças ?) sem interferência dos papéis sexuais que são atribuídos ao homem e a mulher (impossível desconsiderar como sendo uma construção social e cultural).

SEXUALIDADE X ESCOLA

1838- apareceu o termo na biologia.
1905- com Freud em “Três experiências sobre sexualidade”.
Década de 20- nas escolas no Brasil.
Década de 70- intensificou a discussão para a formação global do individuo, seguindo os movimentos sociais da época, que propunham repensar o papel da escola e de seus conteúdos.

DISCUSSÃO
Mudanças de concepções dos papéis sociais do H e da M, relacionadas á formação e atuação profissional.
Há professores com dificuldade em falar sobre sexo e sexualidade com os alunos.


PCN

Aponta a escola como sendo um espaço propício para falar de sexo.

E a sexualidade?

E as questões de gênero?



GUACIRA LOPES LOURO

“A escola não apenas reproduz as concepções de gênero e sexualidade que circulam na sociedade, mas que, ela própria às produz”.



SEXUALIDADE – SEXO

Sexo - do latim sexus, de onde vêm os termos: sexual, sexualismo e sexualidade; faz referencia ao aspecto anatômico: aos órgãos genitais; refere-se ao ato sexual.



Sexualidade – está presente em todos os atos da vida (????).





CARVALHO: 2000, P. 33.

“É tudo aquilo que faz uma pessoa pensar, sentir, comportar-se de maneira diferente da outra, ela compreende; afetividade, assertividade, auto-estima, fantasia, comunicação, cidadania, ética, emoção e genitalidade”.



DISCUSSÃO

A escola tem que entender que sua ação é a de complementar a educação dada pela família.



PCN

O papel da escola é abrir espaço para que essa pluralidade de concepções, valores e crenças possam se expressar.

Caberá á escola trabalhar o respeito às diferenças, a partir de sua própria atitude de respeitar as diferenças expressas pelas famílias.



DISCUSSÃO

Muitas escolas permanecem omissas em relação a sexualidade.



IMPLANTAÇÃO EFETIVA

Integração família e escola.

Qualificação dos professores.



O PROFESSOR

Levar em conta o conhecimento diversificado e individual do aluno.

Relativizar as diferentes visões dos alunos (compreender as referências ou as origens).

Mostrar que atitudes, procedimentos e conceitos da sexualidade podem ser diferentes (há diferentes conceitos de sexualidade ou diferentes concepções?).

Ter discernimento para não transmitir valores, crença e opiniões (sendo a sexualidade uma condição humana impregnada de valores, seria possível separá-la de concepções de H e de M?).

Estar atento às diferentes formas de expressão dos alunos (e a dos adultos também).



FURLANI: 2003, P. 69.

“A linguagem é a que reflete e reproduz as desigualdades de gênero e sexo, podendo incentivar ao preconceito, a discriminação e ao sexismo”.



EQUIVOCOS LINGUISTICOS

Vagina – vulva

Sistema reprodutor – sistema sexual



DISCUSSÃO Nº 01

“a orientação sexual oferecida nas instituições educacionais deve contribuir para o preenchimento de lacunas de informações que a criança apresenta” (p. 208).



DISCUSSÃO Nº 02

“é imprescindível que a escola e o professor adotem um posicionamento mais horizontal, de troca, de questionamento mutuo, de construir conhecimentos conjuntamente, numa relação de igualdade e respeito” (p. 208).



DISCUSSÃO Nº 03

“ir além de meras informações sobre a reprodução e a mecânica do ato sexual, abordando aspectos emocional e psicológico, os desdobramentos sociais e políticos ligados a sexualidade, discutindo habilidades de tomada de decisão, classificando valores, assim como, facilitando a comunicação” (p.208).



***

29/09/2008

Os ciclos de aprendizagem.
Um caminho para combater o fracasso escolar. Perrenoud, Ph. (2004).



Ana Lúcia

Cintia

Niraldo





Uma zona mais extensa de autonomia e de responsabilidade
Em princípio, a criação de um ciclo estende a zona de autonomia e de responsabilidade dos professores. Encarregados de etapas plurianuais, supõe-se que se organizem à sua maneira durante o ciclo, pelo menos se os consideram como profissionais. Isto está longe de ser generalizado. Alguns sistemas que introduzem ciclos obstinam-se em conservar progressões limitantes em etapas anuais. Os professores não necessariamente reclamam disto. Ocorre, portanto que, mesmo estruturado em ciclos plurianuais, a se levar em conta os textos, um sistema educativo funciona de fato por graus anuais, de modo que cada professor fica responsável pelos alunos apenas por um ano. Nesse caso, os ciclos não requerem nenhuma competência nova, pois na realidade nada mudou : o fim do ano letivo é sempre o horizonte do professor, pois ele sabe que em seguida um colega o revezará.



È necessário que o professor faça uma profunda reflexão e mudança de sua prática. Mudar é sempre muito difícil, não bastam bons cursos de formação, é muito complexo, Morin diz que “O ser humano tende a afastar tudo o que é complicado”, ele prega que se faça, com urgência, uma modificação nessa forma de pensar e conclui que “Só assim vamos compreender que a simplificação não exprime a unidade e a diversidade presente no todo”.

Existem ainda professores, que trabalham de forma tradicional, outros dizem que mesclam o planejamento, não mudam muito a cada ano, pois são planejamentos conteudistas e de objetivos, metas, iguais para todos os alunos, sem ter a preocupação em valorizar os avanços dos alunos.

Ele coloca de forma clara que existem diferenças entre as práticas tradicionais e a prática reflexiva.

Perrenoud apresenta no seu livro Dez Competências Para Ensinar, saberes para os professores:

Competência 1 -
Organizar e dirigir situações de aprendizagem Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem; a partir das representações dos alunos;
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem;
Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas;
Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.

Competência 2 -
Administrar a progressão das aprendizagens
Conceber e administrar situações -problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos; Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino;
Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem;
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa; Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão;
Rumo a ciclos de aprendizagem.

Competência 3-
Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto;
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades; Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.

Competência 4 -
Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação;
Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos Oferecer atividades opcionais de formação
Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.

Competência 5-
Trabalhar em equipe Elaborar um projeto em equipe, representações comuns;
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
Formar e renovar uma equipe pedagógica
Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais; Administrar crises ou conflitos interpessoais.

Competência 6-
Participar da administração da escola.
Elaborar, negociar um projeto da instituição;
Administrar os recursos da escola Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros; Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos;
Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem.

Competência 7-
Informar e envolver os pais
Dirigir reuniões de informação e de debate
Fazer entrevistas Envolver os pais na construção dos saberes

Competência 8-
Utilizar novas tecnologias A informática na escola : uma disciplina como qualquer outra, um savoir-faire ou um simples meio de ensino ?
Utilizar editores de texto Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino
Comunicar-se à distância por meio da telemática
Utilizar as ferramentas multimídia no ensino
Competências fundamentadas em uma cultura tecnológica

Competência 9-
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Prevenir a violência na escola e fora dela;
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais;
Participar da criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta;
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula;
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça.

Competência 10-
Administrar sua própria formação continua
Saber explicitar as próprias práticas



Nestes exemplos mostramos que Perrenoud, faz uma abordagem por competências, e que, se bem planejadas e colocadas em prática na sala de aula, o professor poderá ter resultados positivos.

É essencial que o professor se atualize constantemente, só assim terá condições de, a cada ano, planejar melhor seu trabalho com objetivos claros e bem definidos.

Logo, se nosso objetivo é preparar nossos alunos para as novas exigências do mundo, o momento é esse. É no planejamento que devemos coletivamente fazer o levantamento dos problemas, refletir e definir objetivos, ponto de partida e ações.

CICLOS, SERIAÇÃO E AVALIAÇÃO

Confronto de lógicas



Luiz Carlos de Freitas

Ana Lúcia

Cíntia

Niraldo

Implementar o ciclo não é simplesmente colocar em prática uma medida meramente técnica, legal ou burocrática. Na verdade, significa romper com o modelo de escola seletiva, autoritária e sem qualidade pedagógica. Implica superar dificuldades construídas durante toda a história da Educação no Brasil e enfrentar o problema da exclusão e da baixa qualidade do sistema educacional por meio de mudanças profundas de toda uma concepção político-pedagógica de educação.

Quando se pretende mudar paradigmas introjetados, já institucionalizados, é preciso que as informações sejam socializadas, debatidas, compreendidas. Fazer uma escola inclusiva, organizada em ciclos, requer muita adesão a esse projeto e uma reflexão que dê sustentação a um fazer cotidiano. Trata-se de uma mudança profunda diretamente relacionada ao processo de conhecimento e, assim, de formação.

Para isso, são necessárias uma Reorientação do Currículo e uma reflexão sobre o que a escola deve ensinar e como fazer para que todos os alunos aprendam. É preciso romper com a visão de currículo pronto, preso a programas preestabelecidos e sem sustentação na continuidade, bem como, garantir a articulação dos conteúdos que tenham significado para aquela população e que forneçam chaves para a compreensão do mundo.

Ensinar a todos significa romper com o ensino massificado e atender à diversidade. No conceito de ciclo está contida a idéia de que os seres humanos são singulares e aprendem de jeitos e em tempos diferentes que não cabem nos limites da seriação. Portanto, é parte integrante do fazer pedagógico refletir sobre o ensinar, o aprender, assim como propor diferentes intervenções que levem todos (alunos, pais e profissionais da Educação) a atingir novos patamares de conhecimento.

Incluir todos exige, principalmente, rever a avaliação. Na escola em que apenas alguns alunos terminam o Ensino Fundamental, a avaliação tem uma função clara: seletiva e classificatória. Na escola inclusiva, organizada em ciclos, a avaliação é percebida como diagnóstico e acompanhamento da aprendizagem dos alunos e, ao mesmo tempo, para o professor, o diagnóstico e a possibilidade de reorientar o processo de ensino, portanto, para o planejamento. Para a escola, a avaliação indica os dados de diagnóstico e oferece pistas à reorganização de seus tempos e espaços para que cumpram sua função social – ensinar a todos.

A organização da escola em ciclos implica uma reformulação do trabalho no conjunto da escola e em cada sala de aula. No conjunto da sala de aula, é indispensável um trabalho coletivo em que educadores de diferentes ciclos, diferentes anos dentro de um mesmo ciclo e de diferentes classes estejam juntos, discutindo e buscando soluções para os problemas de aprendizagem e de ensinagem, tendo em vista o que se busca alcançar com eles ao final de cada ciclo.

Nessa perspectiva, no interior de cada sala de aula é preciso desenvolver:

1.O trabalho com a diversidade;

2. A articulação entre os conteúdos;

3.As atividades significativas;

4.A cooperação entre todos;

5.A relação democrática;

6.A avaliação como parte integrante do processo de ensino e de aprendizagem;

7.As retomadas constantes de conceitos não apropriados;

8.O trabalho com valores: respeito, solidariedade e tolerância;

9.Autonomia.

Avaliação

Uma política que defende a Qualidade Social da Educação, ou seja, o Acesso e a Permanência de todos na escola, com qualidade, considera necessariamente a avaliação como reguladora do processo de ensino e de aprendizagem. Isso significa colocar a avaliação a favor da aprendizagem do aluno e não a favor da exclusão, com o fracasso escolar.

Esse é o princípio subjacente à organização do ensino por ciclos uma vez que ele estabelece um contínuo de aprendizagens, muitas vezes interrompido no ensino seriado, pela reprovação.

A avaliação, parte integrante do processo de ensino aprendizagem, precisa ser compreendida como um instrumento para ajudar o aluno a aprender. No dia a dia da sala de aula o professor, ao tentar compreender o que cada aluno produz e as soluções que apresenta, pode orientá-lo melhor e transformar os erros em situações de aprendizagens.

Na avaliação em processo, o professor pode rever os procedimentos que vem utilizando e replanejar sua atuação, enquanto o aluno continuamente se dá conta de seus avanços e dificuldades. No contexto das relações de ensino aprendizagem na sala de aula, a avaliação tem, assim, uma função permanente de diagnóstico e acompanhamento do processo pedagógico. Só assim é instrumento de aprendizagem: quando o professor utiliza as informações conseguidas para planejar suas intervenções, propondo procedimentos que possibilitem aos alunos atingir novos horizontes de conhecimento.

Essas intervenções podem exigir formas diversificadas de atendimento e alterações de várias naturezas na rotina diária da sala de aula, no uso do tempo e do espaço e na organização dos grupos. As informações recolhidas nesse processo de avaliação também vão levá-lo a perceber quando o acompanhamento deve ser mais individualizado, em pequenos grupos ou no coletivo da classe. O processo de avaliação, nessa perspectiva conceitual, pressupõe a articulação das três dimensões de acompanhamento e a necessidade de refletir sobre as práticas pedagógicas vividas.

No entanto, a avaliação escolar não se restringe ao processo de ensino aprendizagem ou ao desempenho do aluno e ao trabalho do professor. É preciso pensar num cotidiano escolar que favoreça a consecução dos fins apontados. Dessa forma, indicamos a necessidade de um processo avaliativo de toda a estrutura, organização e funcionamento das Unidades Educacionais. Também a instituição, em suas instâncias meso e macro, deve ser avaliada.

É importante retomar aqui o conceito de Qualidade Social da Educação, lembrando que a construção dessa qualidade requer a participação e o esforço de todos.

Planejar...

Realizar...

Registrar...

Refletir...

É avaliar.

Avaliar é...

Planejar...

Realizar...

Registrar...

Refletir...

29/09/2008



Ciclos de Desenvolvimento Humano e Formação de Educadores – Miguel G. Arroyo



Analu

Cítia

Niraldo





Na perspectiva do ciclo de formação é fundamental, pois é através do gerenciamento que o tempo e o espaço na escola são definidos.

Currículo

Antes de se definir um conceito do que é o currículo, é necessário definir qual o objetivo da ação que se desenrola dentro da escola e que papel ela tem no seu desenvolvimento do indivíduo como ser humano e côo ator social. Portanto, o currículo está sempre inserido em um projeto-político-educacional mais amplo.

O currículo deve ser elaborado de acordo com a concepção de ser humano em desenvolvimento.



Avaliação

Quando tratamos do tema avaliação, temos em mente que a escola avalia seu aluno, pois se torna parte constitutiva do processo de formação e desenvolvimento do mesmo. Assume um papel ligado ao currículo, uma vez que os princípios adotados na avaliação definem a própria relação com o conhecimento.

Na educação por ciclos, a aprendizagem é vista como processual, que se efetiva em tempos diversos para cada indivíduo. Nesta perspectiva, contribui na definição do encaminhamento do currículo e faz parte, indiretamente, do planejamento pedagógico das formas de atividade pelas quais se pretende desenvolver o currículo.

Educativa

No processo do ciclo de formação notamos uma diferença bem interessante para o desempenho do aluno. A partir desse ciclo não se passa o aluno de uma série a outra e sim o seu desenvolvimento ocorre por meios de ações que buscam a integração no processo educativo.

Na visão de aluno, terá a possibilidade de desenvolvimento crescente da complexidade dos conceitos e da apropriação progressiva do método.

Formação de coletivos

Diferente do que ocorre no ensino tradicional, onde o aluno não terá sempre o mesmo professor durante todas as séries. Já na formação de ciclos como citado acima o aluno tem o professor durante todo o processo. Isto se faz importante, pois o trabalho que este educador pode realizar será fundamental na construção do conhecimento e desenvolvimento do educando

Formação do Educador

É necessário que os profissionais também estejam preparados para se aliar a esta proposta.

É importante lembrar, que não se pode descartar a formação pedagógica do educador, mas deve levar em consideração que o mesmo deve ter uma postura diferente do que a que ele praticava anteriormente para que se obtenha o resultado esperado que é o desenvolvimento e oportunizar aprendizagem de qualidade ao aluno.







O Sentido de Número e sua Importância na Educação Matemática.

Autora: Alina Galvão Spinillo

Alunos: Ana Lúcia

Cíntia

Niraldo

2 SEMESTRE 2008

O Sentido de Número e sua Importância na Educação Matemática.

Autora: Alina Galvão Spinillo

Alunos: Ana Lúcia

Cíntia

Niraldo



28/09/2008

Atualmente o ensino da Matemática se apresenta descontextualizado, inflexível e imutável, sendo produto de mentes privilegiadas. O aluno é, muitas vezes, um mero expectador e não um sujeito partícipe, sendo a maior preocupação dos professores cumprir o programa. Os conteúdos e a metodologia não se articulam com os objetivos de um ensino que sirva à inserção social das crianças, ao desenvolvimento do seu potencial, de sua expressão e interação com o meio

O trabalho com a matemática em sala de aula representa um desafio para o professor na medida em que exige que ele o conduza de forma significativa e estimulante para o aluno. Geralmente as referências que o professor tem em relação a essa disciplina vêm de sua experiência pessoal. Muitos deles afirmam que tiveram dificuldades com aquela matemática tradicionalmente ensinada nas escolas, que tinha como objetivo a transmissão de regras por meio de intensiva exercitação.

Certos de que há muito a se questionar sobre a dificuldade no ensino da matemática na vida dos educandos e o que se pode fazer para amenizar este grave problema educacional, Encontrar caminhos que devem ser trilhados, para que, desta forma, possamos tornar a matemática uma disciplina agradável e estimuladora, enfim despertar tanto nos educandos como em nós professores a importância que a matemática tem na construção do saber e como pode se tornar agradável para todos se for trabalhada de uma forma desafiadora e estimuladora, excluindo do nosso meio a distorcida idéia de que a matemática é uma disciplina que é sinônimo de fracasso para a grande maioria.

“aprender a ler e escrever é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”.

Paulo Freire

Indagar, questionar, problematizar… São palavras sempre presentes na vida do educador. Estamos sempre indagando e questionando sobre as coisas que acontecem no cotidiano escolar.

Se por um lado temos alunos e suas possíveis dificuldades, por outro temos um contexto escolar que precisa ser alterado, ou seja, a escola precisa oferecer uma proposta mais estimulante para que a aprendizagem aconteça, favorecendo o avanço desses alunos.

O aluno precisa ver sentido no que aprende na escola. Os conteúdos devem fazer parte da sua vivência, do seu cotidiano, da sua realidade. Deve haver uma ligação entre o que a escola “dita” e a realidade do aluno, caso contrário não terá significado algum.

Como aprender a matemática da escola sem que ela seja contextualizada, de modo que faça sentido para o aluno ou que ele entenda que é a mesma matemática que ele usa no seu cotidiano?