sexta-feira, 13 de março de 2009

29/09/2008

Os ciclos de aprendizagem.
Um caminho para combater o fracasso escolar. Perrenoud, Ph. (2004).



Ana Lúcia

Cintia

Niraldo





Uma zona mais extensa de autonomia e de responsabilidade
Em princípio, a criação de um ciclo estende a zona de autonomia e de responsabilidade dos professores. Encarregados de etapas plurianuais, supõe-se que se organizem à sua maneira durante o ciclo, pelo menos se os consideram como profissionais. Isto está longe de ser generalizado. Alguns sistemas que introduzem ciclos obstinam-se em conservar progressões limitantes em etapas anuais. Os professores não necessariamente reclamam disto. Ocorre, portanto que, mesmo estruturado em ciclos plurianuais, a se levar em conta os textos, um sistema educativo funciona de fato por graus anuais, de modo que cada professor fica responsável pelos alunos apenas por um ano. Nesse caso, os ciclos não requerem nenhuma competência nova, pois na realidade nada mudou : o fim do ano letivo é sempre o horizonte do professor, pois ele sabe que em seguida um colega o revezará.



È necessário que o professor faça uma profunda reflexão e mudança de sua prática. Mudar é sempre muito difícil, não bastam bons cursos de formação, é muito complexo, Morin diz que “O ser humano tende a afastar tudo o que é complicado”, ele prega que se faça, com urgência, uma modificação nessa forma de pensar e conclui que “Só assim vamos compreender que a simplificação não exprime a unidade e a diversidade presente no todo”.

Existem ainda professores, que trabalham de forma tradicional, outros dizem que mesclam o planejamento, não mudam muito a cada ano, pois são planejamentos conteudistas e de objetivos, metas, iguais para todos os alunos, sem ter a preocupação em valorizar os avanços dos alunos.

Ele coloca de forma clara que existem diferenças entre as práticas tradicionais e a prática reflexiva.

Perrenoud apresenta no seu livro Dez Competências Para Ensinar, saberes para os professores:

Competência 1 -
Organizar e dirigir situações de aprendizagem Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem; a partir das representações dos alunos;
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem;
Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas;
Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.

Competência 2 -
Administrar a progressão das aprendizagens
Conceber e administrar situações -problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos; Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino;
Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem;
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa; Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão;
Rumo a ciclos de aprendizagem.

Competência 3-
Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto;
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades; Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.

Competência 4 -
Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação;
Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos Oferecer atividades opcionais de formação
Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.

Competência 5-
Trabalhar em equipe Elaborar um projeto em equipe, representações comuns;
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
Formar e renovar uma equipe pedagógica
Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais; Administrar crises ou conflitos interpessoais.

Competência 6-
Participar da administração da escola.
Elaborar, negociar um projeto da instituição;
Administrar os recursos da escola Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros; Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos;
Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem.

Competência 7-
Informar e envolver os pais
Dirigir reuniões de informação e de debate
Fazer entrevistas Envolver os pais na construção dos saberes

Competência 8-
Utilizar novas tecnologias A informática na escola : uma disciplina como qualquer outra, um savoir-faire ou um simples meio de ensino ?
Utilizar editores de texto Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino
Comunicar-se à distância por meio da telemática
Utilizar as ferramentas multimídia no ensino
Competências fundamentadas em uma cultura tecnológica

Competência 9-
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Prevenir a violência na escola e fora dela;
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais;
Participar da criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta;
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula;
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça.

Competência 10-
Administrar sua própria formação continua
Saber explicitar as próprias práticas



Nestes exemplos mostramos que Perrenoud, faz uma abordagem por competências, e que, se bem planejadas e colocadas em prática na sala de aula, o professor poderá ter resultados positivos.

É essencial que o professor se atualize constantemente, só assim terá condições de, a cada ano, planejar melhor seu trabalho com objetivos claros e bem definidos.

Logo, se nosso objetivo é preparar nossos alunos para as novas exigências do mundo, o momento é esse. É no planejamento que devemos coletivamente fazer o levantamento dos problemas, refletir e definir objetivos, ponto de partida e ações.

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