quarta-feira, 11 de junho de 2008

Filme/ Maria de Fátima

Aula /09/06/2008

Resumo e Reflexão


“Escritores da Liberdade”, uma história baseada em fatos reais.
Direção Richard LaGravenese
2006

Um filme baseado nas experiências de uma professora idealista, cujo primeiro trabalho é uma sala “recém-integrada”, num país dividido por “guetos”, onde orientais, latinos e negros, conviviam sem se misturarem na escola e no bairro.
A professora percebe que não se misturam, pois se hostilizam o tempo inteiro em aula. Ao mesmo tempo a direção da escola não gosta que os professores “falem” no assunto.
Quando desenham a caricatura de um aluno negro a professora aproveita a deixa para falar que os nazistas, segundo ela a maior gangue da história, também desenhava judeus em jornais, para os desprezarem. Os alunos não sabiam o que foi o holocausto. Ao tentar dar O Diário de Anne Frank para que lessem a diretora proibiu, disse que “estragariam” o livro e não iriam ler. A professora, Dona G, como era chamada pelos alunos, iniciou um trabalho solitário, inclusive com horas extras como recepcionista em um hotel de luxo para pagar livros e jantares aos alunos, para ouvirem histórias com sobreviventes do holocausto. Nas histórias de uma outra repressão os alunos perceberam como todos ali eram reprimidos, e que a cor, os olhos, a crença ou língua, era indiferente na dor.
Num momento a professora coloca uma linha vermelha no chão da sala e pede que todos que gostem de determinado conjunto de rap pisem nela, quase todos pisam, assim ela fez até perguntar “quantos já perderam amigos ou parentes nas guerras de gangues”, neste momento a sala em peso se encontrou na linha. Esta linha que a professora fez, onde os olhares das diferentes gangues se encontraram nos gostos, nas alegrias e na dor, podemos chamar de “Linha da Alteridade”.
Depois estes jovens escreveram diários, leram Anne Frank, conseguiram se ver como sobreviventes de um “holocausto” que estavam ajudando, sem querer, a formar.

O professor Boa Ventura de Souza Santos diz que:

“As pessoas e os grupos sociais têm o direito a serem iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”.

A professora, neste filme baseado em fatos reais, conseguiu fazer com que os alunos se vissem, como: iguais na dor/alegria, mesmo que diversos na cultura/ origens. Ao se verem: perceberam que a guerra entre gangues não fazia sentido. A repressão que se vivia não poderia aumentar mais ainda entre eles, todos ali tinham de alguma forma: sofrido repressão policial, injustiça social, humilhações diversas.
Um dos melhores filmes que já vimos para discutirmos alteridade e paz/violência/repressão/racismo, com nossos jovens.


REFLETINDO

O que faz sair de uma criança que vive em um ambiente problemático e violento, o melhor da arte e da poesia ?

Não é questão de “tirar” da pessoa o que existe de melhor nela, e sim, devolver a ela o que já lhe pertence em seu universo interior, e que foi roubado por inúmeras circunstâncias. É despertar o que há de melhor nela; fazê-la acreditar que ela pode!”“.
A criança/ adolescente, sente falta de amor, de ser alguém para alguém, de pertencer, de existir para uma sociedade, para o seu grupo, para a sua comunidade, para o seu meio de convivência, para nós, para vocês. Ela precisa sentir que é capaz de produzir algo bom; que ela não é fruto do acaso, do desprezo, este é o principal papel da educação!

Analu
Cíntia
Niraldo




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