domingo, 4 de maio de 2008

RELATÓRIO: AULA 1 ( 07/04/2008)


Após a apresentação do curso, lemos o texto “O Oleiro e o Poeta” de Malba Tahan, realizamos uma reflexão do mesmo.
O texto reporta um desacordo entre o oleiro e o poeta, o primeiro declamara mal o poema do segundo e em contrapartida, o segundo quebrara o vaso do outro. Diante do fato, um juiz determinou a sentença: o oleiro fabricaria belos vasos e o poeta escreveria nesses vasos os mais belos de seus poemas. O lucro da venda desses vasos deveria ser repartida igualmente entre os dois e em pouco tempo a venda foi um sucesso, os homens se tornaram amigos, respeitando e admirando o trabalho do outro.
O texto provocou uma reflexão: a necessidade e muitas vezes a dificuldade em perceber o outro, ou mesmo, de colocar-se no lugar do outro para melhor compreendê-lo, de pensar as razões ou reclamações do outro. Ressaltamos também a importância do fazer junto, pois nem tudo podemos fazer sozinhos, precisamos do outro para obter sucesso.

RELATÓRIO: AULA 2 ( 14/04/2008)


AS METAFORAS

Iniciamos a aula com a reflexão:
“a porta que fica entre nos e o outro esta aberta?”
Nos e o outro: um desafio para hoje e amanha.

Durante as apresentações das metáforas foram surgindo perguntas, coisas que estavam incomodando, muitas delas sem respostas prontas...Há necessidade em aprendermos a fazer perguntas, bem como a aprender a buscar respostas, que muitas vezes não estão claras e prontas. Do que vale respostas prontas... precisamos do outro, da discordância do outro para desafiarmos e seguirmos em frente.

Então, surgem outras reflexões:
“para aprender precisamos desaprender?”
“acho feio tudo que não se parece comigo”
“Narciso (também) acha feio o que não e espelho” Caetano Veloso
“como percebo minha escola, enquanto grupo?”

MINHA METAFORA: Estudo Errado – Gabriel, O Pensador

Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?).Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não.A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil.Em vão,pouco interessantes, eu fico pu...Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio. (Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova.
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova. Decorei toda lição.Não errei nenhuma questão.Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci.
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino.
Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita.Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava.Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!).
Íííh... Sujô (Hein?)O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano.Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios.Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados.
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

Pensei nesta musica, ao lembrar uma conversa calorosa na sala dos professores entre duas professoras da 4a serie que presenciei há dois anos atrás, mais ou menos. As professoras trabalhavam com área, uma delas trabalhava matemática e a outra língua portuguesa e havia uma terceira professora que trabalhava as demais disciplinas. Desse modo, o trabalho com as três turmas de alunos era compartilhado entre as três professoras que sempre trocavam idéias, sugestões e pareceres sobre o desenvolvimento dos alunos que tinham em comum:

Uma professora diz a outra:
___ Quando você vai ensinar de novo divisão com dois algarismos na chave para o fulano? Ele não e o único da turma que não sabe!
___ O que? Você esta preocupa com divisão com dois algarismos? Pois eu estou preocupa em ajudar o garoto a aprender a ler e a escrever! Ele esta com 14 anos, e o menino mais alto da turma, não gosta das mesmas coisas que os outros alunos menores. Tenho medo que ele desanime e desista. Tenho que trabalhar com ele o que for mais significativo neste momento da vida dele. Já conversei com ele sobre o que ele espera da escola neste ano e ele me respondeu com lagrimas nos olhos que precisava aprender a ler e a escrever neste ano sem falta. Estou fazendo atendimento individualizado com ele já há um certo tempo e ele esta progredindo muito! Você sabia que ele não sabe ler e escrever?- desabafou a professora.
____ Mas ele tem que ir para a 5a serie sabendo fazer a divisão, essa e a matéria da 4a serie!
____ Também, mas não e a única coisa que me preocupa agora, alias, estou muito mais preocupada com ele do que você! A vida dessas crianças não e só uma divisão de dois algarismos...

O excerto dessa discussão me provocou certa angustia, o que estamos fazendo na escola será que esta sendo significativo para os alunos? Neste momento o texto “O Escritor e seu Outro” de MOTA (2005, p.79-86) me ajudou muito durante as discussões com o grupo (Niraldo e Analu), que fez surgir outros pontos para reflexão:
· Qual o nosso caminho?
· O que fazemos, para que fazemos, com quem fazemos, como fazemos?
· Nos e o outro(s): um desafio para hoje e amanha.
A autora inicia o texto a partir da reflexão sobre a questão da escrita, o escritor e o seu outro- seu leitor. Como constituir essa relação no ato da escrita e da leitura? Este seria um desafio: escrever para alguém ler. Mas quem e este alguém? Para quem escrevo? O que escrevo e do interesse de quem lê? Posso escrever coisas so para deixar o autor contente ou satisfeito? Ou enquanto escrevo, devo buscar primeiro a minha satisfação como escritor? Isso não seria egoísmo, pensar primeiro em satisfação própria para depois pensar nos outros, no caso, meu leitor? Uma coisa sei...que nada sei...
Ser o autor, escrever para qualquer um seria como enviar uma carta so com remetente, sem destino, sem um ponto de chegada. Se escrevo quero que alguém leia, tenha sentimentos seja qual for, não importa, pode ser de aceitação e de concordância e ate de discordância, o importante e que provoque algum sentimento. Encontrei a palavra: sentimento.
Seria horrível e extremamente decepcionante para um grande escritor saber dos leitores que não sentiram nada ao ler a obra, a ausência de sentimentos seria como a morte. Nem calor nem o frio, nada.
A autora reporta o ato de escrever com a dor (p.82), achei horrível esta comparação, acho incomoda, preocupante, mas esta longe de sangrar...Outra citação que faz e representar o leitor com o espelho, situação que também não posso concordar, seria como escrever um diário, esperar que o outro seja você...Acho que não! Alias seria impossível saber quem e como seria o outro, pois existem outros, o mesmo leitor pode se transformar em outro durante a escrita. Isso me fez lembrar de um filosofo que agora não consigo lembrar o nome, mas vou pesquisar. Bem, ele disse que o mesmo homem nunca se banha no mesmo rio...Verdade verdadeira, as águas nunca serão as mesmas, não voltam à correnteza e o homem também, estamos em constante transformação. Discordar do filosofo seria o mesmo que acreditar que todos os dias o homem inventa a roda, e descobre o fogo.


RELATÓRIO: AULA 3( 28/04/2008)

Para esta aula fui preparada com os dois textos lidos do livro A VIDA E O OFICIO DOS PROFESSORES e a aula foi direcionada por outros caminhos. Desse modo resolvi fazer o relatório da aula, mas fazendo ‘ganchos’ com as autoras (BRANDAO e SOUSA).


REFLEXAO:
“aluno e professor, são duas faces da mesma moeda, não há docência sem discencia”.
Paulo Freire.


Ao pensarmos em aluno e professor, estamos pensando também em escola, currículo, em um grupo. Mas o que e currículo? Qual concepção de currículo estamos falando? O CURRÍCULO constitui significativo instrumento utilizado por diferentes sociedades, tanto para desenvolver os processos de conservação, transformação e de renovação de conhecimentos historicamente acumulados, como também para socializar as crianças e jovens, segundo valores tidos como desejáveis.
Em seguida veio a discussão sobre ALTERIDADE = o outro, alter aquele que não sou eu.
Não há consenso do que seja currículo, há divergências e complexidades por ser uma construção cultural, histórica e socialmente determinada, podemos dizer que se refere a uma ‘pratica’ condicionadora do mesmo e de sua teorização.
Então, como definir currículo, como conhecimento escolar vigente ao longo do tempo na historia? Se você informa, então você forma, mas o que deve conter essa informação? Como organizar os conteúdos?
Passamos a refletir sobre a experiência de aprendizagem, como sendo um conjunto de experiências a serem vivenciadas pelo aluno sob a orientação da escola. Mas, como a escola deve selecionar as experiências de aprendizagem a serem oferecidas? Como organiza-las, relacionando-as aos interesses e ao desenvolvimento do aluno?
Na década de 70 o currículo sofreu influencias da psicologia comportamental, na década de 80 veio a teoria critica do currículo com vários autores (Michael Apple, Henry Giroux e Young), na década de 90 com a influencia do pensamento pos-moderno houve expansão e reestruturação do trabalho e outros mapas foram constituídos (social, cultural e geográfico).

INFLUENCIAS DO PENSAMENTO POS MODERNO

Questões de significado, identidade e política sob novo prisma: caráter social construído pela linguagem, busca de interpretar objetos culturais como textos.
Quem e o sujeito do currículo? São alunos, professores, gestores e pais, toda a comunidade escolar.
Neste processo, muda a visibilizacao do aluno, agora considerado produtores de conhecimento, conseqüentemente, a visibilizacao da escola, a sua identidade, e por fim, o fortalecimento dos pais e aproximação de todos os envolvidos.Desde então, currículo passa a ser concebido como um todo significativo, como um texto, como um instrumento privilegiado de construção de identidades e de subjetividades.
Essa nova concepção implica em novos planos e propostas, em um currículo formal. Assim sendo, o que de fato acontece nas escolas e nas salas de aula (currículo oculto).Continua...

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