sábado, 26 de abril de 2008

A pesquisa Cientifica como Instrumento Pedagógico

Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Educação
LEIA – Laboratório de Educação e Informática Aplicada
Curso de Especialização: Novas Tecnologias na educação e a formação do professor pesquisador
Disciplina: A pesquisa científica como instrumento pedagógico I
Escolha dos textos para os seminários: Turma A

GRUPO: Ana Lúcia- Cíntia- Niraldo.

Projeto de Pesquisa – aluno

INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa será desenvolvido com os alunos do ciclo de alfabetização das seguintes escolas municipais de Campinas: EMEF Maria Pavanatti Fávaro e na EMEF Ciro Exel Magro.
Assunto: como as questões de gênero se dão no ambiente escolar (título a definir).
Acreditamos que a escola também é um ambiente no qual travam-se relações que repassam interesses culturais, pois nela praticamos e vemos a prática da reprodução cultural em que vivemos e como esta atua na constituição dos sujeitos. Neste aspecto, acontecem as reafirmações de gênero e num determinado padrão de normalidade, são apontados os lugares do homem e da mulher.
Ainda são evidenciadas as diferenças do que cada um pode ou não fazer, como por exemplo, nas brincadeiras e nas ações das crianças. Trata-se da reprodução do que está instituído pela sociedade como normal ou a forma “correta” de agir, mas isso não é algo que cada sujeito traz consigo, são normas de ações criadas por um padrão cultural.
Já temos arraigado alguns conceitos de maneira que não percebemos, pensamos ou sequer questionamos o porquê de repeti-los, nos surpreendemos repetindo e reproduzindo falas e comentários do tipo “isso não é comportamento de menina!” ou “pare de chorar, está parecendo uma menininha”. Percebe-se, aqui o quanto é difícil e demorado livrarmo-nos de um processo que tem uma longa história de reprodução e de reafirmação, ele está de tal forma incutido em nossas ações que o reproduzimos de forma que parece natural. Pois está dado que menino brinca de carrinho e menina de boneca e que os meninos são mais agitados por isso são mais relaxados, enquanto que as meninas têm a letra mais bonita e o caderno mais caprichado por serem mais calmas.
O que acontece nas salas de aula é que os meninos são inteligentes e as meninas apenas esforçadas.


OBJETIVO GERAL

No presente trabalho temos por objetivo relatar, discutir e refletir sobre algumas observações feitas a respeito da construção identidade de gênero na escola a partir do testemunho infantil e as implicações frente a segregação de gênero vista como ‘natural’.


OBJETIVO ESPECÍFICO

Desenvolver valores como respeito, solidariedade e cooperação.
Compreender as questões de gênero como construções culturais.
Problematizar as práticas sexistas.
Levantar hipóteses de superação e mudança.

JUSTIFICATIVA

Assumir a ousadia de desafiar a ordem desigual propondo acrescentar às atividades da escola, uma “análise anti-androcêntrica”, pela adoção de uma postura crítica e inovadora, trabalhando para que se constitua num espaço propício de discussão das questões de gênero, voltada para a criação de novos conceitos, pautados na equidade e na valorização humana, rompendo com o passado e se comprometendo com o futuro, organizando estratégias educativas.


PROBLEMA

Entendendo a escola como um espaço de construção de atributos sociais que inculcam valores e papéis sociais de maneira direta e indireta na sua ação pedagógica e que acaba submetendo a conduta da criança a normas preestabelecidas, então, podemos considerar que pelo fato da criança ser mais sensível, conseqüentemente se deixa levar pelos padrões e preconceitos inculcados diante da autoridade do adulto. Diante disso, surgem algumas questões:

Existem atividades que só os meninos podem fazer e as meninas não? E existem atividades que só as meninas podem fazer? Quais e por que?

Meninas podem fazer tudo que os meninos fazem e vice-versa?

É “natural” que meninos e meninas se separem na escola para realização de atividades e brincadeiras?

É de esperar que os desempenhos nas diferentes atividades escolares revelem as diferenças de interesse e aptidão e as características de cada gênero?

Teríamos que avaliar essas crianças através de critérios diferentes?

Educadores e educadoras aceitam que os meninos são “naturalmente” mais agitados e curiosos que as meninas? E quando ocorre uma situação oposta à esperada, ou seja, quando encontramos meninos que se dedicam a atividades mais tranqüilas e meninas que se dedicam a jogos mais agressivos devemos nos preocupar, pois isso seria indicador de que essas crianças estão apresentando “desvios” de comportamento como se fossem verdadeiros “estranhos no ninho?”.

Como as crianças vêem essas ‘diferenças’ que só os adultos vêem?Haveria no ar um medo da homossexualidade? Haveria uma vigilância sobre os meninos e meninas ‘diferentes’? Essas crianças estariam supostamente ‘fora de seus lugares’?

Se muitas vezes a educação propicia alguns tipos de desigualdades entre meninos e meninas, como o ensino pode ser voltado à cidadania e à construção de uma sociedade mais justa para homens e mulheres?


METODOLOGIA

A pesquisa será desenvolvida a partir de:
· pesquisa bibliográfica: literatura infantil.
· pesquisa de campo: observação e entrevistas.
A elaboração de relatório pelos alunos para compreender e descrever situações revelando seus significados, retratando o que se passa no dia-a-dia da escola e revelando a complexa rede de interações que constitui a experiência escolar.

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