terça-feira, 15 de abril de 2008

Relatório da Leitura

A Ciência o senso comum/ Atitude cientifica (Chauí, M.)

Disciplina professora: Maria Thereza Alexandre

O trabalho investigativo com os alunos séries do Ensino Fundamental tem características próprias. Seria inadequado, por exemplo, exigir desses alunos percorrer todo o ciclo investigativo, formulando claramente hipóteses sem meio de testá-las. Os alunos tem dificuldade ou não estão acostumados a criar por si mesmos as propostas de experimentos.
Para superar o senso comum e as concepções alternativas dos alunos, é necessário um corpo de conhecimentos mais robusto por parte dos professores e o desenvolvimento de diferentes formas de lidar com os problemas que surgem, algo que eles também irão construindo. Conseqüentemente, cabe ao aluno (aquele que investiga) e ao professor (aquele que orienta a investigação) lidarem com as situações de desequilíbrio e com as capacidades cognitivas, buscando a construção de conhecimentos coerentes com as evidências (empíricas ou não) que vão surgindo nas atividades investigativas.
Muitas vezes, as práticas convencionalmente adotadas pelos professores (até mesmo de forma inconsciente) incluem opções metodológicas engessadas e excluem o ambiente propício à realização de questionamentos, observações e experimentos, o que faz com que surjam dificuldades de diferentes origens ao ser efetivada a implementação sistemática de atividades investigativas no ensino.
Concomitantemente com a preocupação da construção do conhecimento científico está a potencialidade das argumentações em sala de aula. A multiplicidade de vozes é coerente com a idéia de que os alunos exibem perfis conceituais, e não entendimentos únicos, unívocos, de certos conceitos.
Mas, como o professor pode encaminhar o processo pelo qual os alunos constroem significados nas aulas de Ciências durante as atividades propostas, tendo em vista que ocorrem inúmeras interações discursivas a partir dos discursos e das visões de mundo?
Podemos pensar na implementação de uma relação dialógica em sala de aula, expressa em oportunidades, pelas quais as múltiplas formas de pensar, encontradas em sala de aula – as do professor, dos colegas, dos livros, etc. –, entrem em contato umas com as outras para que possam dar sentido ao que aprendem.
Ajudar o aluno a melhorar a sua argumentação possibilita desenvolver o espírito de análise na escolha mais confiante entre as diferentes alternativas, com base nas várias fontes de informações e nos vários modelos explicativos para o processo envolvido. Dessa forma, é possível modificar e enriquecer os significados do que se diz e pensa sobre os conceitos estudados.
Outra possibilidade diz respeito ao estabelecimento de uma relação entre Ciências e cotidiano para que o aluno possa entender o porquê de várias coisas ao seu redor. Conseqüentemente, tal integração irá apontar para o caráter provisório e incerto das teorias científicas.

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