domingo, 20 de abril de 2008

1° Seminário - A Pesquisa como Principio Educativo - Prof. Ms. Maria Teresa


PEDRO DEMO
PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, 1967-1971, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA), 1999 - 2000.
Atualmente, Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Sociologia (Mestrado e Doutorado em Sociologia).
Áreas de atuação sistemáticas são: POLÍTICA SOCIAL e METODOLOGIA CIENTÍFICA

A PESQUISA COMO PRINCIPIO EDUCATIVO
Necessidade de questionar o espaço educativo da pesquisa na escola, na atuação do professor.
Todo professor deve ser cientista mas muitas vezes só atua como instrutor.
A pesquisa deve estar presente desde a educação infantil para que as crianças tenham uma postura de questionamento criativo para que possam inventar soluções.
Implicações: motivação emancipatória em que o sujeito se recusa ser tratado como objeto, pois reclama e reage.
1. EDUCAÇÃO, PESQUISA E EMANCIPAÇÃO
EMANCIPAÇÃO:
processo histórico de conquista e exercício de qualidade de ator consciente e produtivo.
Sujeito capaz de se definir e de ocupar espaço próprio, recusando ser reduzido a objeto.
Fenômeno teórico e prático.
É emancipar-se, não se pode fazer alguém livre, pois não é atitude isolada, precisa ser motivada mas não conduzida.
1. EDUCAÇÃO, PESQUISA E EMANCIPAÇÃO
EDUCAÇÃO:
A importância da educação e da pesquisa para o processo emancipatório.
A escola tem papel de instrumento público de equalização de oportunidades.
Atualmente é um dos piores serviços públicos, por ser reprodutivista de imbecilização popular.
Mas é uma instancia de formação da cidadania.

EDUCAÇÃO, PESQUISA E EMANCIPAÇÃO
PESQUISA:
A raiz da consciência crítica questionadora.
Recusa de ser massa de manobra e objeto dos outros.
Tem desejo de descoberta e criação.
Tem atitude emancipatória de construção do sujeito social.
È aprender a aprender.
2. LIMITAÇÕES DO APENAS ENSINAR
SALA DE AULA:
Lugar privilegiado de processos emancipatórios.
Pode tornar-se prisão da criatividade se for um ambiente transmitivo e imitativo.
‘bom aluno’ não é aquele que engole sem digerir o que o professor despeja.
CIDADANIA:
Para motivar processos de cidadania, é indispensável ser cidadão.
É abafada na formação do professor, consequentemente ele não se mobiliza nos movimentos de defesa dos direitos, não possui visão adequada da importância política da escola pública.

2. LIMITAÇÕES DO APENAS ENSINAR
O PROFESSOR:
Necessidade de recriá-lo, de ensinador para mestre.
Recuperar a atitude de pesquisa, assumindo-a como conduta estrutural, a começar pelo reconhecimento de que sem ela não há como ser professor.
PESQUISA:
Desmistificação.
Valorização profissional na coerência emancipatória.
Tornar-se PROFESSOR com atitude de pesquisador.
2. LIMITAÇÕES DO APENAS ENSINAR
AULA:
É mal a aula que é só aula.
Tem que impregnar a convivência com os alunos com estratégias de pesquisa.
O aluno pode tomar nota das discussões para reelaborar, não para decorar.
Paulo Freire (Gadotti): professor de verdade motiva o aluno a dominar a escrita e aleitura como instrumentação formal e política do processor de formação do sujeito social e emancipado.
Ler e escrever para poder ocupar espaço próprio na sociedade, fundar caminhos da consciência crítica, chegar a projeto próprio de desenvolvimento.
Motivar o aluno a fazer elaboração própria, como meta de formação.
2. LIMITAÇÕES DO APENAS ENSINAR
O CADERNO:
Deve ser recriado para ser registro de discussões e de questionamentos.
Para internalizar, não para decorar.
Utilizar na condição de instrumento de pesquisa para questionar e dialogar com a realidade.

3. LIMITAÇÕES DO APENAS APRENDER
ESCOLA : CURRAL ALUNO: GADO
Tudo é aceito sem reclamações. A imbecilização: decoreba-prova-cola.
Prova: simples instrumento de aferição de aprendizagem e não combina com pesquisa.
Decoreba: sem compreender a lógica interna acaba por cair no esquecimento e é fatal quando destrói o desafio essencial de criar soluções.
Cola: desafio de criar soluções, é a reação do oprimido. Também não combina com pesquisa.

3. LIMITAÇÕES DO APENAS APRENDER
ALTERNATIVAS:
Motivar elaboração própria, passando pela pesquisa como método.
Ser um novo mestre, que aprende a aprender, a saber criar soluções.
Trabalhar fora da sala, realizar discussões participativas, proporcionar o desafio de encontrar e produzir soluções.
Rever a aplicabilidade dos conhecimentos, cotidianizar o saber.
Uso de material que motive o espírito questionador, o diálogo persistente com a realidade.
3. LIMITAÇÕES DO APENAS APRENDER
QUALIDADE FORMAL:
Avaliar se o aluno sabe e se sabe descobrir.
Chegar à qualidade política.
Desenvolver a instrumentação técnica e desenvolver a cidadania.
Criar o novo mestre.
Pensar propostas curriculares alternativas.
Promover programações culturais de identidade cultural.
3. LIMITAÇÕES DO APENAS APRENDER
TEORIA E PRÁTICA:
A pesquisa tem lugar político além da instrumentação formal.
Ultrapassa o espaço informativo para atingir conteúdo formativo.
Importância da educação na formação de um povo que quer ter projeto próprio de desenvolvimento.
Se educação é um ato político, tem que resgatar sua função emancipatória.
Fomentar a consciência crítica, o direito de ser gente, ser autônomo, ter cabeça própria, de fundar a criatividade da decisão própria.
O desfio está na qualidade política da educação em fomentar a iniciativa do aluno.
4. VAZIOS DA EDUCAÇÃO FORMAL
Reivindicar a pesquisa.
O lugar e o papel da escola pública estão em crise.
A escola vazia e artificial sofre concorrência com os meios de comunicação.
A atuação estatal colabora com a decadência.
A miséria da escola é o retrato da miséria da cidadania.Mas ainda é um espaço estratégico de equalização de oportunidades.
A escola tem posição decisiva na sociedade, na linha do conceito de pesquisa.
Prova-cola-decoreba: estão distante do compromisso de motivar processos educativo-emancipatórios.
Recolocar a questão da qualidade formal e política da escola.
A pesquisa faz falta como instrumentação da descoberta e da elaboração própria, faz falta como motivação ao questionamento e ao diálogo.
4. VAZIOS DA EDUCAÇÃO FORMAL
DESAFIOS DA ESCOAL:
Assumir papel de espaço cultural comunitário.
Ser referência de mobilização comunitária nos processos educativo-emancipatórios.
Ter permanência integral para ter a educação tomada a sério.
Ser patrimônio social e comunitário.
Ser patrimônio do professor público, lugar de formação da cidadania popular, reivindicando a dignidade adequada no currículo, no prédio, materiais e professores.
Atualizar-se sempre, para corresponder ao progresso da ciência e aos desafios da sociedade, assumindo caminhos novos de informação.

BIBLIOGRAFIA
DEMO, Pedro. A Pesquisa como princípio educativo. In: Pesquisa: Princípio educativo. São Paulo: Cortez, 2005. (p. 77-97).
http://pedrodemo.blog.uol.com.br/




O GRUPO
ANA LÚCIA
CINTIA CRISTINA
NIRALDO JOSÉ
RITA DE CÁSSIA
TEREZA

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